Em 2025, a Aliança Global pelos Direitos da Natureza (GARN) comemora 15 anos promovendo um movimento global transformador baseado no reconhecimento de que a Natureza tem direitos inerentes. Junte-se a nós para homenagear este marco ao lado de líderes, defensores e aliados do movimento de todo o mundo, uma oportunidade para refletir sobre nossa jornada compartilhada, reconhecer vitórias importantes e fortalecer relacionamentos enquanto traçamos o caminho a seguir.

Em abril de 2010, mais de 35.000 pessoas de 140 países se reuniram em Cochabamba, Bolívia, para a Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra. Lá, foi redigida a Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra e, consequentemente, foi feito um apelo para a criação de uma aliança global para defender esses direitos.

Poucos meses depois, em setembro de 2010, 26 visionários de seis continentes se reuniram em Patate, no Equador, para formar o que se tornaria a GARN, uma Aliança Global pelos Direitos da Natureza — dedicada a garantir que a Natureza, em todas as suas formas, tenha o direito de existir, manter e regenerar seus ciclos vitais.

Desde então, a GARN cresceu e se tornou uma aliança global com mais de 6.000 membros e assinantes, representando 100 países em seis continentes, trabalhando para transformar nossa relação humana com a Natureza. O papel da GARN em conectar e unir esse movimento crescente é mais importante do que nunca, e estamos celebrando isso na COP30.

Um encontro interno dedicado à reflexão coletiva, ao alinhamento estratégico e à visão do futuro de nossa aliança. Juntos, revisaremos o propósito regional, avaliaremos desafios e oportunidades, fortaleceremos a governança interna e definiremos prioridades compartilhadas para os próximos anos. Embora esta sessão não esteja aberta para inscrições, ela estabelecerá as bases para uma conversa mais ampla com toda a comunidade GARN, pois os resultados desse processo interno serão compartilhados e discutidos durante nossa Assembleia Geral em 3 de dezembro, onde todos os membros da GARN serão convidados a participar da definição do próximo capítulo de nossa aliança.

Este encontro reunirá líderes indígenas de todo o mundo para compartilhar conhecimentos ancestrais, discutir estratégias coletivas e fortalecer alianças interculturais. O evento terá como foco o avanço da liderança indígena no movimento pelos Direitos da Natureza e o reforço da defesa dos territórios, culturas e sistemas da Terra.

O 6º Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza continua com sua terceira e última sessão intitulada Um Novo Compromisso com a Mãe Natureza, um evento culminante que reunirá conclusões, julgamentos e reflexões das duas sessões anteriores deste 6º Tribunal histórico. Realizada em Belém, esta audiência final terá como foco os desafios ambientais mais urgentes de nosso tempo, especialmente aqueles impulsionados pela dependência de combustíveis fósseis e modelos extrativistas disfarçados de transições verdes. Ela revisitará os julgamentos proferidos durante as sessões anteriores em Nova York e Toronto, que abordaram o fim da era dos combustíveis fósseis e a responsabilidade corporativa e governamental, ao mesmo tempo em que posicionou os Direitos da Natureza como uma resposta legal e ética à crise planetária.

Estruturada em torno de quatro pilares principais, a sessão amplificará as vozes dos defensores da Mãe Terra e das comunidades da linha de frente que resistem às fronteiras de extração na Amazônia e em todo o mundo. Também serão compartilhadas reflexões sobre iniciativas internacionais como o Pacto Ecosocial e Intercultural do Sul e o Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, estabelecendo conexões entre a resistência popular e os esforços globais para estabelecer a Natureza como uma entidade detentora de direitos.

Um dos temas centrais desta sessão é a proteção dos defensores do meio ambiente, que são cada vez mais criminalizados, perseguidos e mortos por causa de seu trabalho. O Tribunal apresentará sua política oficial sobre os Direitos dos Defensores da Mãe Terra, reforçando a necessidade urgente de estruturas jurídicas internacionais que garantam sua segurança e reconheçam seu papel na salvaguarda da vida. Paralelamente a essas conversas centradas nos direitos humanos, o Tribunal assumirá uma postura crítica em relação à mineração e às falsas soluções, questionando narrativas de “transições justas” que continuam a explorar a Natureza para obter lucro, ao mesmo tempo em que promove uma verdadeira transformação enraizada na justiça e na integridade ecológica.

A sessão será encerrada com a apresentação de “Um Novo Compromisso com a Mãe Natureza”. Este documento será direcionado às Nações Unidas e à comunidade internacional e visa ajudar na promoção de um futuro habitável para todos os seres.